sexta-feira, 1 de outubro de 2010

SE… ENTÃO…

Se o homem não sabe caminhar, que não largue a mão da sua mãe.
Se receia cair, que permaneça sentado.
Se receia o acidente, que deixe o carro na garagem.
Se receia o assalto, que permaneça na trincheira.
Se receia que o pàra-quedas não se abra, que não salte.
Se receia a tempestade, que fique ancorado no porto.
Se receia não saber construir a sua casa, que a deixe em projecto.
Se receia enganar-se no caminho, que fique em casa.
Se receia o esforço, o sacrifício e o futuro, que renuncie a viver, e que o medroso e ensimesmado se feche no seu casulo…

ENTÁO…
Poderá, talvez, sobreviver, mas não será um homem, pois é próprio do homem poder, racionalmente arriscar a vida.
Poderá fingir amar, mas não saberá amar,
Pois amar é ser capaz de querer arriscar a sua vida
Pelos outros, por um outro.
Poderá gerar, mas não será nem pai nem mãe,
Pois ser pai ou mãe é, como a semente na terra, aceitar
o supremo risco de morrer, para que nasça a espiga.
Michel Quoist