A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos,
Que para receber-me estais abertos
E por não castigar-me, estais cravados.
A vós, divinos olhos eclipsados,
De tanto sangue e lágrimas cobertos
Que para perdoar-me estais despertos
E por não devassar-me estais fechados.
A vos, pregados Pés por não fugir-me,
A vós, Cabeça baixa por chamar-me,
A vós, Sangue vertido para ungir-me,
A vós, Lado patente quero unir-me,
A vós, preciosos Pregos, quero atar-me
Para ficar unida, atada e firme.
Nessa cruz sacrossanta descobertos,
Que para receber-me estais abertos
E por não castigar-me, estais cravados.
A vós, divinos olhos eclipsados,
De tanto sangue e lágrimas cobertos
Que para perdoar-me estais despertos
E por não devassar-me estais fechados.
A vos, pregados Pés por não fugir-me,
A vós, Cabeça baixa por chamar-me,
A vós, Sangue vertido para ungir-me,
A vós, Lado patente quero unir-me,
A vós, preciosos Pregos, quero atar-me
Para ficar unida, atada e firme.
Anónima (Sec. XVIII)