Fartinhos como estamos de ouvir falar do Mistério Pascal, corremos o risco de o dar como adquirido para os cristãos que na morte realizado de forma definitiva e irrepetível. Cristo morreu e ressuscitou. É da vida que nos ganhou com a sua morte que nós vivemos – é na esperança que nos deu a sua ressurreição que caminhamos pelo mundo em direcção ao Pai. Nada a fazer, portanto, para além de gozarmos do Mistério Pascal de Cristo as certezas que Ele nos trouxe.
Pois, se o mistério pascal de Cristo foi definitivo e irrepetível, não penso que esteja acabado. Direi mesmo que se encontra profundamente incompleto, e que poderá ter laivos de fracasso se não for completado, se ficar reduzido às dimensões do Cristo físico.
E valho-me da companhia de S. Paulo para esquivar a acusação de blasfémia. Pois, se eu blasfemo, nada mais faço do que repetir a divinamente inspirada blasfémia que ele proferiu quando escreveu: “completo na minha carne… o que falta à Paixão de Cristo”. Se completa, o que falta é que nem tudo está feito – é preciso que alguém o termine.
Não foi blasfemo S. Paulo, porque, subido ao Céu, o Cristo do Mistério Pascal continua a viver o mesmo mistério – a completá-lo – na sua dimensão mística. A obra de Cristo prolonga-se no Cristo místico que é a Igreja – que somos nós – e julgo mesmo que é este prolongamento que lhe confere a sua dimensão total.
E até compreendemos que assim seja: afinal, os cristãos prolongam Cristo – é lógico que na sua vida “aconteça” mistério pascal. E pensamos nos mártires em quem a evidência desse mistério se impõe. E talvez pensemos que foram cristãos com sorte, porque chamados a repetir o mistério do seu Senhor: tiveram a oportunidade de “perder a vida ara depois a encontrarem como Cristo.
Acontece que nem todos merecem a graça do martírio. Mas sendo o mistério pascal algo de tão fundamental. Ele tem que se encontrar ao alcance de todos os cristãos. E encontra: basta sabê-lo descobrir. Não será morrer um pouco passar a vida a dar testemunho, numa linha de coerência com o Evangelho, arrostando os riscos de sofrimento, de cansaço, de mortificação? Não será morrer um pouco dedicar-se a fazer o bem, sacrificando, por amor dos outros, tempo e comodidades?
E não será recusar o mistério pascal pretender furtar-se aos sacrifícios ou deixar-se vencer pelo desânimo, ou servir apenas quando isso nos traz satisfações humanas?
Pois eu penso que se o espectacular dos martírios sangrentos serve para edificar a Igreja, não é deles que devemos esperar o seu crescimento no dia a dia dos séculos. É o mistério pascal dos cristãos escondidos, cujos nomes não hão-de figurar nas páginas do martirológio que realiza, na humildade e no escondimento, o mistério da vida da Igreja a brotar daquele “morte” feita de todas as renúncias e de todos os sofrimentos que a dedicação lhes impõe.
É na fidelidade ao ideal do AMOR cristão que havemos de fazer o “mistério pascal” das nossas vidas.
Pois, se o mistério pascal de Cristo foi definitivo e irrepetível, não penso que esteja acabado. Direi mesmo que se encontra profundamente incompleto, e que poderá ter laivos de fracasso se não for completado, se ficar reduzido às dimensões do Cristo físico.
E valho-me da companhia de S. Paulo para esquivar a acusação de blasfémia. Pois, se eu blasfemo, nada mais faço do que repetir a divinamente inspirada blasfémia que ele proferiu quando escreveu: “completo na minha carne… o que falta à Paixão de Cristo”. Se completa, o que falta é que nem tudo está feito – é preciso que alguém o termine.
Não foi blasfemo S. Paulo, porque, subido ao Céu, o Cristo do Mistério Pascal continua a viver o mesmo mistério – a completá-lo – na sua dimensão mística. A obra de Cristo prolonga-se no Cristo místico que é a Igreja – que somos nós – e julgo mesmo que é este prolongamento que lhe confere a sua dimensão total.
E até compreendemos que assim seja: afinal, os cristãos prolongam Cristo – é lógico que na sua vida “aconteça” mistério pascal. E pensamos nos mártires em quem a evidência desse mistério se impõe. E talvez pensemos que foram cristãos com sorte, porque chamados a repetir o mistério do seu Senhor: tiveram a oportunidade de “perder a vida ara depois a encontrarem como Cristo.
Acontece que nem todos merecem a graça do martírio. Mas sendo o mistério pascal algo de tão fundamental. Ele tem que se encontrar ao alcance de todos os cristãos. E encontra: basta sabê-lo descobrir. Não será morrer um pouco passar a vida a dar testemunho, numa linha de coerência com o Evangelho, arrostando os riscos de sofrimento, de cansaço, de mortificação? Não será morrer um pouco dedicar-se a fazer o bem, sacrificando, por amor dos outros, tempo e comodidades?
E não será recusar o mistério pascal pretender furtar-se aos sacrifícios ou deixar-se vencer pelo desânimo, ou servir apenas quando isso nos traz satisfações humanas?
Pois eu penso que se o espectacular dos martírios sangrentos serve para edificar a Igreja, não é deles que devemos esperar o seu crescimento no dia a dia dos séculos. É o mistério pascal dos cristãos escondidos, cujos nomes não hão-de figurar nas páginas do martirológio que realiza, na humildade e no escondimento, o mistério da vida da Igreja a brotar daquele “morte” feita de todas as renúncias e de todos os sofrimentos que a dedicação lhes impõe.
É na fidelidade ao ideal do AMOR cristão que havemos de fazer o “mistério pascal” das nossas vidas.
J. Tomaz Ferreira