Os grandes olhos fechados sob o arco das pálpebras
Já deixavam de ver o seu imenso reino
Ao passo que os pastores chegados das veredas
O viam a dormir sobre a palha e no colmo.
Por uma trança imensa tombavam os cabelos
E faziam na nuca a sombra cava e loira.
Os reis do Oriente chegados de embaixada
Olhavam-no a dormir como ao senhor do mundo...
Só a curva do braço detinha a testa loira.
Os membros distendidos alinhavam-se puros.
Tudo então era novo; o salvador do mundo
Era ainda a criança a brincar na soleira.
E na curva do braço rodava a loira testa,
Que depois repousou num pobre túmulo.
Tudo pesava nessa noite profunda
A mesma que caiu sobre um supremo luto.
Tudo nele repousava enquanto os doces lábios
Se riam e abriam como flores abertas.
O sangue nado-novo desses lábios rosados
Corria no canal das novíssimas veias.
E o sangue que mais tarde no Calvário
Havia de cair como um ardente e trágico orvalho
Não era nesta hora de tranquila miséria
Mai do que um fio sob os lábios vermelhos.
Já deixavam de ver o seu imenso reino
Ao passo que os pastores chegados das veredas
O viam a dormir sobre a palha e no colmo.
Por uma trança imensa tombavam os cabelos
E faziam na nuca a sombra cava e loira.
Os reis do Oriente chegados de embaixada
Olhavam-no a dormir como ao senhor do mundo...
Só a curva do braço detinha a testa loira.
Os membros distendidos alinhavam-se puros.
Tudo então era novo; o salvador do mundo
Era ainda a criança a brincar na soleira.
E na curva do braço rodava a loira testa,
Que depois repousou num pobre túmulo.
Tudo pesava nessa noite profunda
A mesma que caiu sobre um supremo luto.
Tudo nele repousava enquanto os doces lábios
Se riam e abriam como flores abertas.
O sangue nado-novo desses lábios rosados
Corria no canal das novíssimas veias.
E o sangue que mais tarde no Calvário
Havia de cair como um ardente e trágico orvalho
Não era nesta hora de tranquila miséria
Mai do que um fio sob os lábios vermelhos.
Ch. Péguy