domingo, 1 de junho de 2008

O cristianismo e o ambientalismo

Antologia

OS MISSIONÁRIOS ECOLOGISTAS

A ciência (…) está a ser simultaneamente atacada por elementos do movimento ambientalista – um movimento que está a ganhar, cada vez mais, um carácter religioso.
O professor Robert N. Nelson, da Universidade da Maryland, escreve o seguinte: “Com o aproximar do final do século XX, instalou-se um vazio religioso na sociedade ocidental. (…) Nestas circunstâncias, o movimento ambientalista contemporâneo surgiu como uma forma de preencher esse vazio. (…) Para muitos dos seus actuais seguidores, o ambientalismo tem sido um substituto das linhas orientadoras cristãs, que se vão esbatendo, bem como das fés progressistas.”
Se bem que os ambientalistas se apoiem, obviamente, em dados científicos, o ambientalismo está “imbuído de um forte espírito missionário”, salienta Nelson. Além disso, a sua própria linguagem é “manifestamente religiosa”: “salvar” a Terra do despojo e da pilhagem; construir ‘catedrais’ no deserto; criar uma nova ‘Arca de Noé’ com leis como a das Espécies em Vias de Extinção; ir à procura de um novo ‘chamamento’ para preservar as regiões desabitadas que ainda subsistem; e tomar medidas para proteger o que resta da ‘Criação’ na Terra”.
No “centro da mensagem ambiental está uma nova história da queda da espécie humana de uma éposa anterior, maias feliz, mais natural e inocente – uma visão secular da queda bíblica do jardim do Éden”, realça Nelson.
Segundo este autor, “apesar da sua aparência moderna, o ambientalismo aproxima-se mais de uma antiquada forma de fundamentalismo religioso”.
Toffler, Alvin e Heidi, A Revolução da Riqueza
Actual Editora, Lisboa, pag. 159.