terça-feira, 13 de maio de 2008

Os meus ouvidos ouviram...

Ouvi a entrevista que o Arcebispo de Braga D.Jorge Ortiga deu a Constança Cunha e Sá, jornalista na TVI.
Conheci e trabalhei com D.Jorge em 1995 em Braga e já nessa altura o actual Porta Voz da Conferência Episcopal manifestava uma imensa disponibilidade em ler o mundo contemporâneo nas suas múltiplas expressões e uma enorme preocupação com as questões socias do mundo moderno.
É sem dúvida nenhuma um homem do seu tempo. Isto é, um homem do nosso tempo, um homem que procura compreender as fragilidades e vicissitudes da contemporaneidade sem ambiguidades ou complexos.
O que D.Jorge Ortiga nunca fez e estou certa nunca fará é sobrepor a mensagem cristã e a doutrina da Igreja, aos interesses do homem moderno, nas suas expressões de laicidade e hedonismo.
Mas isto não significa que não seja um homem do seu tempo. Significa apenas que é um homem para além do tempo, e claro, também aqui um homem com sentido do tempo, isto é, com sentido para o homem de todos os tempos.
Por isso, com total clareza explicou que a Igreja jamais aceitará o casamento entre homossexuais o que não significa como explicou, que a Igreja não acolhe os seus fieis homossexuais e como todos os cristãos sabem existem na Igreja grupos de reflexão composto por homossexuais, e por outro lado, assume tal como fez o Santo Padre, que cada vez somos menos e haverá mesmo um tempo em que nós, os cristãos estaremos em minoria.
Este tempo como explicou D.Jorge será um tempo de purificação. Estou certa que será um tempo muito rico para nós, os cristãos, sem medos, e nada conformados com o nosso tempo.

©Ana Paula Lemos