quinta-feira, 17 de abril de 2008

Bento XVI de visita à América...

Há qualquer «coisa» nele que me atrai. Bento XVI é um intelectual, aparenta ser um homem de gosto sofisticado, pelo menos a sua atitude revela-nos a primazia da boa educação no gestos, nas aborgadens humanas, e não tenho dúvidas nenhumas, é um homem requintadissimo.
Mas creio que não é nenhuma destas dimensões do Papa que me têm «obrigado» a paulatinamente construir com o seu magistério uma relação solidária e até muito intima.
Creio que me revejo no Papa pela dimensão cultural do seu pontificado. Com este Papa não haverá instransigências ao papel decisivio do pensamento cristão na construção da História da Europa e na construção do pensamento do Homem europeu.
Por outro lado, este Papa não entra no jogo mediático que caracterizam hoje as relações entre os cidadãos e as instituições.
Bento XVI não se importa de explicar (porque sabe, claro) os temas mais dificeis sobre os quais a Igreja teima em «não evoluir».
Nenhum desafio intelectual o intimida. Nenhuma falsa questão o inibe.
Creio ser esta dinâmica do seu comportamento que me atraí. Num mundo onde o politicamente correcto é fonte de observância laica, fico tranquila com Bento XVI. Ninguém esperará dele medo de enfrentar a verdade. Aliás esta caracteristica da sua personalidade ficou clarissima agora na América quando se referiu aos padres pedófilos daquela Igreja. «Sinto-me envergonhado» dizia o Papa. Nada de panos quentes, nem clemências ardilosas.
Só um homem livre diz o que pensa.

©Ana Paula Lemos