domingo, 13 de abril de 2008

Confissão de uma cristã, católica, apostólica, romana...

Hoje, domingo, não fui à missa. A razão é simples: não pude. Tive que trabalhar e não fui capaz de enquadrar a eucarístia no meu programa matinal. Mas amanhã vou à missa. Ás vezes vou à missa todos os dias. Há semanas, porém, que consigo fazê-lo sem grande esforço de agenda. Mas, paradoxalmente, existem outras semanas que muitas vezes nem ao domingo consigo ir.
Peço-vos desculpa mas não (pré) sinto que esteja em pecado e obviamente não conto confessar-me desta falta.
Quando ia na rua, caminhando no sentido do cumprimento das minhas tarefas, rezei, vivi Deus em mim e não duvidei, pela intensidade do encontro, que aquele momento foi a minha eucarístia dominical.
Bem sei que nunca tive catequese. Converti-me já tinha 30 anos e habituada que estava a viver livre e responsávelmente assim continuei, também nas coisas de Deus.
Aprendi a rezar com o missal centenário da minha avó sempre a desoras porque a familia não podia suspeitar que Jesus decidira chamar-me à sua vinha. O padre da minha paróquia indicou-me um santo casal que duas vezes por semana me preparava para a primeira comunhão. Aquando da minha primeirissima confissão disse ao prior que nunca tinha roubado, nem matado, nem feito grave «cousa», ao que eu num acto de contrição inequivocamemente sincero pedi ao Senhor Deus perdão pelos meus pecados, isto é, pela minha vida até então longe do seu amor, e foi então experimentar uma vida com Deus mais responsável e empenhada.
Desde esse dia que sempre que posso comungo. Mas hoje não pude comungar. Estou serena e confiante. Hoje, tive uma eucarístia muito especial. Abraçei Jesus numa rua de Lisboa, descia eu umas escadas ingremes junto à Penha de França.
Espero ter entendido o que Santa Teresa de Jesus escreveu um dia acerca da oração. E se entendi bem, a oração é um trato de amizade com Deus e ás vezes até entre panelas pode ocorrer.
Que bom!!!

©Ana Paula Lemos