quarta-feira, 2 de abril de 2008

Páscoa da Ressureição

Alfa e Omega

PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO

Nos países em que a cultura prevalecente entronca na tradição cristã, o calendário encontra-se pontuado por datas festivas que colhem o seu sentido justamente naquela tradição. São datas festivas, porque nelas se celebram festas religiosas, comemorando acontecimentos marcantes da História da Salvação, tal como os cristãos a encaram.
É o caso, nomeadamente, do Natal e da Páscoa, que ultrapassam em muito as fronteiras dos que se reclamam do espírito cristão e são celebradas mesmo por agnósticos e descrentes e projectam a sua importância até no calendário civil, que declarou feriado o dia de Natal e a Sexta-Feira Santa, o dia que comemora a morte de Jesus que antecede a grande festa da Ressurreição.
Nos tempos que correm, muitos são os que perderam as referências cristãs que dão a estas datas o seu genuíno sentido. O facto é compreensível para os que não fazem parte da família cristã. Mas mesmo para estes, conhecer esse sentido é um dever de cultura e o seu desconhecimento revela um défice de aculturação dificilmente compreensível. Mas que dizer dos cristãos para quem Natal e Páscoa são apenas datas que pontuam o calendário com ocasiões de lazer? Que dizer dos cristãos para quem o mais profundo, em termos de sentido, é apodar o Natal e a Páscoa de “festas da família”?
Isto, para não falar das perversões consumistas que fizeram do Natal sinónimo de presentes que se oferecem e recebem, e por causa das quais falar em Páscoa é evocar amêndoas e ovos e coelhinhos de chocolate. Onde fica, na maré do consumo, a lembrança, a comemoração, a celebração do mistério-acontecimento que determinou a festa?
Páscoa é a festa da Ressurreição. É a celebração do facto histórico da morte ignominiosa de um homem que era Filho de Deus e que Deus restituiu à vida no terceiro dia após a sua morte. E porque é isso acima de tudo e antes de tudo, é que a Páscoa é a grande festa dos cristãos que, na vitória de Cristo sobre a morte, fundamentam a sua Fé em que também sobre eles a morte não tem poder. Como Cristo, também eles hão-de ressuscitar um dia para a vida eterna. A verdade da morte a Ressurreição de Cristo é a pedra angular e o alicerce da Fé dos cristãos. Pois, como dizia S. Paulo, “se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa Fé e nós os mais infelizes dos homens”.
J. Tomaz Ferreira